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“Estou com medo de sair de casa" afirma jovem agredido por homofóbica em MT

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Era domingo, 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+ e o jovem João Victor da Silva Pedrosa, 22 anos, foi surpreendido em seu trabalho. Vítima de uma agressão motivada por homofobia, o agente bilheteiro protagonizou um vídeo assustador e que chocou o país.

No começo da tarde do domingo, uma mulher de 42 anos entrou no local de trabalho da vítima e ultrapassou a barreira de distanciamento social, descumprindo a orientação da Organização Mundial da Saúde. João alertou a mulher, que se recusou a sair e perguntou se o jovem era "viado". Após confirmar sua homossexualidade, as agressões contra ele iniciaram.

“Eu sou uma serva de Deus. Por que você é viado, nasceu sem pinto? Você sabe que viado vai para o inferno? Eu tenho nojo de viado”, disse a mulher enquanto segurava João pela roupa e tentava agredi-lo.

"Eu tentei procurar ajudar, corri para a frente da agência porque tinha muita gente lá. Pensei: as pessoas vão me ajudar e acabou que ninguém me ajudou. Ninguém se chocou com o que estava acontecendo. Todo mundo com o celular na mão, todo mundo queria ter o melhor ângulo, o melhor vídeo para postar", afirmou João em entrevista ao Carta Capital.

Após a tentativa frustrada de procurar ajuda, João voltou para dentro da loja em que trabalha na tentativa de se proteger. A agressora seguiu a vítima e lá arrancou um pedaço de ferro e quebrou todos os computadores.



QUE SEJA FEITA JUSTIÇA

João relatou que alguns policiais tentaram desencorajar o jovem a abrir um processo contra a agressora, alegando que ela tem "problemas mentais"."Fui desencorajado por alguns policiais de prosseguir com aquilo (processo) pelo fato da mulher ter problemas mentais. Naquele momento eu pensei: eu passei por tudo aquilo e eu não vou ver justiça nenhuma? Aí me falaram que eu teria apoio acionando a justiça. E ai comecei a me sentir mais confortável. No começo, eu achei que não seria amparado. Tinha medo de dar em nada", conta.

Homofobia, ameaça, dano, injúria mediante preconceito, lesão corporal e tráfico de influência, são os crimes que a mulher deve responder. Ao chegar na delegacia ela foi encaminhada a um hospital psiquiátrico e o caso segue sendo investigado.

"Estou com medo de sair de casa. Mas sei que se eu ficar com isso na cabeça eu não vou viver mais, vou ficar acuado. Vou ter que enfrentar", revela João, que recebeu da empresa em que trabalha, apoio jurídico, com advogados para que possa dar continuidade no processo e acompanhamento psicológico.

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