Era sábado, 9 de dezembro, quando Tanara Sucupira, 26 anos, professora e pesquisadora, e sua namorada Mayara Cabral, de 18 anos, foram ao Supermercado Extra Parangaba em Fortaleza. No caixa, o casal se abraçou e trocou um selinho, o ato tão comum entre casais, foi motivo para ofensas e ódio: "É o fim do mundo mesmo. O mundo tá cheio de viado e sapatão", bradou um cliente insatisfeito ao ver duas mulheres expressando afeto.
Segundo Tanara, funcionários do local chegaram a concordar com as ofensas ditas pelo cliente homofóbico. Quando tentou responder a vítima foi surpreendida com mais desrespeito: "Eu olhei pra você, sua sapatão?". Indignada ela procurou os seguranças do Extra: "Cheguei perto e expliquei que fui vítima de homofobia. O segurança indicou que eu procurasse atendimento na loja, fui atrás, pedi para chamarem a Polícia porque eu estava sem celular, mas ninguém fez nada", contou ao site do jornal O POVO. Um fiscal da loja teria ainda responsabilizado Tanara pelas ofensas. "Não foi o Extra que ofendeu você, nem foi ofendido", teria dito o funcionário.
O episódio de homofobia foi compartilhado por Tanara em sua página no Facebooke logo ganhou repercussão. A página da loja no Facebook recebeu mais de 200 avaliações negativas nos últimos dois dias, ficando com a nota 1,4 de 5 estrelas na rede social. Em nota a assessoria informou que o Extra repudia qualquer discriminação e que está apurando o acontecido:
"A rede lamenta o ocorrido e informa que está apurando o caso, pois a situação relatada está fora dos padrões de conduta ética praticada na empresa", diz a nota. "Promovemos a inclusão de todos os públicos em seu conceito mais amplo e isso é reiterado pelo compromisso assumido internamente no Código de Ética da companhia e publicamente com a participação no Fórum de Empresas e Direitos LGBT".