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73% dos LGBT's brasileiros já presenciaram homofobia no trabalho, afirma pesquisa

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Texto: iGay

Para entender um pouco mais sobre a comunidade LGBT brasileira, a empresa de consultoria europeia OutNow fez uma pesquisa em que detalhou aspectos como trabalho, relacionamento, família e hábitos de consumo de suas vidas. Um dos dados que chamou mais atenção foi o de que 73% dos entrevistados disseram ter testemunhado atos de homofobia no local de trabalho durante o último ano. 

De acordo com a pesquisa, 58% dos entrevistados estão dentro do mercado de trabalho, devidamente empregados em turno integral; 34% recebem salários entre R$ 1.000 e R$ 2.500; 2% ganham mais de R$ 10 mil reais. Além disso, 19% das pessoas ainda não são assumidas para ninguém do trabalho enquanto 36% das pessoas são assumidas para todos. Os outros 45% são assumidos para algumas pessoas do trabalho.

O preconceito ainda é muito marcante no ambiente corporativo, com quase três em cada quatro entrevistados (73%) dizendo que testemunharam atos de homofobia no local durante o último ano. 58% dos entrevistados disseram que presenciam este fato ocasionalmente enquanto 24% dos entrevistados "vêem ou ouvem regularmente linguagem ou atitudes homofóbicas” durante o período de trabalho. 5% dos entrevistados disseram que "há problemas frequentes com homofobia no trabalho".

A pesquisa

Os dados fazem parte do estudo “Brazil 2017 Report – Out Now Global LGBT2030 Study”, o primeiro de uma série chamada LGBT 2030, considerada a maior pesquisa global do mundo sobre o assunto e que o abordará em 20 países. A amostragem foi realizada entre junho e julho de 2017, pela internet, com 4.018 pessoas.

"O Brasil abriga uma das maiores e mais dinâmicas comunidades LGBT do mundo. Neste relatório, deixamos claro que os resultados não podem representar as experiências de cada indivíduo dos mais de 9,5 milhões de adultos brasileiros que são LGBT”, diz a introdução do estudo. "Pessoas LGBT são encontradas em todas as partes da sociedade - e as experiências individuais de uma pessoa LGBT podem ser específicas para este indivíduo. Mas este relatório revela uma grande diversidade de experiências da comunidade LGBT brasileira".

Os pesquisadores fazem questão de dizer que, por causa da dificuldade de várias pessoas de se assumirem - embora muitas se sintam seguras em responder pesquisas anonimamente - é impossível fazer um "censo LGBT". "Nem mesmo uma pesquisa online pode atingir o status de um censo, pois não é obrigatória e, embora a penetração da internet seja mais alta agora no Brasil do que anteriormente (cerca de 65%), uma pessoa LGBT em cada três ainda não está incluída digitalmente e o relatório deixa claro este fato", reforça a Out Now.

Os dados do relatório foram ponderados para refletir a seguinte distribuição: 49,5% de homens, 49,5% de mulheres e 1% de respondentes intersexuais. Veja mais dados abaixo: Agressões e assédio

A comunidade LGBT alcançou muitas melhoras nas últimas décadas. No entanto, o estudo LGBT 2030 mostra que continua a ter problemas significativos em suas vidas cotidianas, como no trabalho, com vizinhos, em lojas e outros aspectos da sociedade. Um dos fatores mais preocupantes é o grande número de entrevistados que relatou ter sofrido assédio verbal durante o último ano. Mais da metade (56%) disse ter passado por isso por ser LGBT. Isso implica que 5,3 milhões de pessoas LGBT foram assediadas verbalmente nos últimos 12 meses.

Algumas agressões ultrapassaram a parte verbal e se tornaram físicas. Cerca de 7% dos entrevistados disse ter sido agredido fisicamente porque alguém percebeu que eles eral LGBT. Se isso for ampliado a todas as pessoas LGBT no Brasil, equivale a 667.500 pessoas sendo atacadas fisicamente pela orientação sexual ou identidade de gênero.

Outros dados mostram que 18% (1,7 milhão pessoas) sofreram assédio de vizinhos no ano passado e um em cada quatro entrevistados (25,0%) foram assediados no trabalho. Além disso, 13% dos entrevistados disseram que foram proibidos de consumir bens ou serviços por serem LGBT.

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