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Desenho “Jonny Quest” era mesmo sobre uma família LGBT?

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Via: LadoBi

O diretor Robert Rodriguez, de sucessos como Um Drink no Inferno e Sin City, irá adaptar o clássico desenho animado da Hanna-Barbera Jonny Quest para os estúdios da Warner Bros.

Junto a Terry Rossio, cujos créditos variam entre os filmes como Piratas do Caribe e A Máscara do Zorro, Rodriguez irá dirigir o filme e está reescrevendo o roteiro inicialmente escrito por Dan Mazeau.

Jonny Quest foi um dos desenhos que passavam no horário nobre da rede ABC em 1964 e foi produzido pelo estúdio de animações Hanna-Barbera. Os sobrenomes são da dupla William Hanna e Joseph Barbera, criadores de personagens como Zé Colméia, Pepe Legal, Lippy & Hardy, Manda-Chuva, Herculóides, Flintstones, Jetsons, Tom & Jerry entre inúmeros outros.

Mas a história que sempre se comenta sobre este desenho é que ele, na verdade, retratava uma família LGBT, de forma nem tão velada assim. Jonny acompanha as aventuras científicas do pai, o doutor Benton Quest, em histórias que incluem robôs, múmias, bases submarinas secretas etc. Além deles, estão sempre juntos o agente do governo e guarda-costas Race Bannon, seu melhor amigo, um quase irmão adotivo, o órfão Radji, e seu cão barulhento, o Bandit. Não há nenhuma mulher como protagonista da série.

“Ai, vocês gays acham que todo mundo é gay, né?” Olha, sim e não. Enquanto criança, eu sempre achei que a mãe de Jonny havia morrido em uma dessas missões e, assim, o menino ficou órfão. Depois de adulto comecei a suspeitar. E não fui só eu. Diversos héteros, que não acham que todo mundo seja gay, achavam que Race e dr. Benton eram mais que companheiros de aventuras.

Existe uma animação chamada “Harvey Birdman – Attorney at Law” (“Harvey – o Advogado”, exibido no Brasil no canal TBS), cujo protagonista é um Homem-Pássaro (outro personagem da Hanna-Barbera) que deixou a carreira de herói para atender às brigas judiciais dos personagens de desenhos animados. Em um dos episódios, Race e Benton disputam a guarda das crianças.

Durante o episódio, várias piadas politicamente incorretíssimas, como uma sobre a “masculinidade” da tenista Martina Navratilova e diversos depoimentos de vilões do desenho alegando que Bannon é quem sempre cuidou das crianças. Veja abaixo:


Vasculhando o Youtube, descobri ainda uma cena do desenho que, se Ronnie Von visse, diria, sem pestanejar: “Significa!” Nela, dr. Benton acaba de acordar, está abotoando o pijama. A câmera entra pelo quarto. Há duas camas. Uma arrumada, com apenas um travesseiro. Na outra, está deitado Race. Há dois travesseiros. E os pijamas são iguais. Veja:



The Venture Brothers

Outro desenho que se baseia totalmente na ideia de que o Jonny Quest é uma história gay é The Venture Brothers, que passa no Adult Swim americano e que já foi sido exibido aqui, quando essa faixa de programação estava nas madrugadas do Cartoon Network.

Em 2006, fiz um texto pra Folha com trechos de uma entrevista de seu criador, Jackson Public, explicando que seu personagem central, o dr. Ventura, era, na verdade, o próprio Jonny Quest adulto, que, crescendo sob a sombra do pai, tornou-se um cientista fracassado.


Mas não é só isso. O dr. Ventura, assim como seu pai Benton, também tem um guarda-costas, um marombado chamado Brock Sampsom, que aqui no Brasil ganhou o nome de Barbosa ou Barbosão. Nesta animação é muito evidente a paixão do dr. Ventura por Barbosão. E, não bastasse isso, o arqui-inimigo do dr. Ventura é o Monarca, um vilão que usa uma roupa com asas de borboleta, cílios postiços e cuja mulher é a doutora Namorada, uma beldade com voz de homem…

Jonny Quest durou apenas uma temporada e foi cancelado porque era caro para produzir. Passou a dar lucro décadas depois, no revival dos desenhos da Hanna-Barbera no anos 1980.

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